quinta-feira, 9 de agosto de 2007

'Cause I´m a freak?

Hoje saí um pouco do mundo das tintas e solventes. Esses dias pintei a parede roxa, faltam as brancas, mas já deu toda a diferença na sala. Parece menor, mais acolhedora.
Mas voltando ao assunto, hoje fui na clínica só pra arrumar minha sala, tirar fita crepe dos cantos, lamber a cria mesmo. E depois encontrei o Jorge, querido amigo da época do vôo. Sempre uma delícia vê-lo. Passeamos um pouco, visitamos a futura mãe da Alice, a Selma, e tricotamos uns dois cachecóis e um suéter de conversinhas.
Vi que tava um pouco bitolada com esse lance da "reforma" que inventei, todas minhas horas vagas dedicadas a isso, credo!
Ontem à noite eu trouxe o Pedro, meu sobrinho, pra passar umas horas comigo. Parece que me conecto a um carregador de celular quando ele fica comigo, me faz rir, limpa qualquer energia ruim, é carinhoso, realmente uma benção na minha vida.
Agora que ele está mais alto [quase um metro!! ;o)], consegue enxergar coisinhas que não via antes. Ontem a curiosidade caiu sobre meus vasos na janela.

-Tia Uli, o que é aquilo?
-O quê Pedro? Tem um monte de "aquilos" ali.
-Essas pessoas nas suas plantas!

*pausa. Tenho bonecos de plástico "plantados" nos meus vasos de ervas.


-Ah, bem... são índios que protegem as plantinhas, a família da Pocahontas.
-E quem é a Pocahontas?
-Você não conhece? A gente pega no dvd qualquer dia.
-Mas... eles são bonecos.
-Errr...ééé... a tia Uli sabe, mas gosta de pensar que eles, por serem índios, cuidam das florzinhas dela.
*segue expressão de incredulidade, sobrancelha erguida, silêncio e provavelmente uma duvidazinha interna, "como me deixam aos cuidados desta pessoa?". Tudo isso vindo de uma criança de 3 anos e meio.
Me senti esquisita.
Aí lembrei do amigo da amiga que mora em Foz do Iguaçu e guarda muitos pinguins dentro da geladeira, "porque em Foz é tão quente, tadinhos!".
E vi que sim, há espaço para todos neste mundo.

Passarim - Antônio Carlos Jobim - Passarim


Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro partiu mas não pegou
Passarinho me conta então me diz
Porque que eu também não fui feliz
Me diz o que eu faço da paixão
Que me devora o coração
Que me devora o coração
Que me maltrata o coração
Que me maltrata o coração

E o mato que é bom, o fogo queimou
Cadê o fogo, a água apagou
E cadê a água, o boi bebeu
Cadê o amor, o gato comeu
E a cinza espalhou
E a chuva carregou
Cadê meu amor que o vento levou
(Passarim quis pousar, não deu, voou)

Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro feriu mas não matou
Passarinho me conta então me diz
Por que que eu também não fui feliz
Cadê meu amor minha canção
Que me alegrava o coração
Que me alegrava o coração
Que iluminava o coração
Que iluminava a escuridão

Cadê meu caminho a água levou
Cadê meu rastro, a chuva apagou
E a minha casa, o rio carregou
E o meu amor me abandonou
Voou, voou, voou
Voou, voou, voou
E passou o tempo e o vento levou

Passarim quis pousar, não deu, voou
Porque o tiro feriu mas não matou
Passarinho me conta então, me diz
Por que que eu também não fui feliz
Cadê meu amor minha canção
Que me alegrava o coração
Que me alegrava o coração
Que iluminava o coração
Que iluminava a escuridão
E a luz da manhã, o dia queimou
Cadê o dia, envelheceu
E a tarde caiu e o sol morreu
E de repente escureceu
E a lua então brilhou
Depois sumiu no breu
E ficou tão frio que amanheceu
(Passarim quis pousar, não deu, voou)
Passarim quis pousar não deu
Voou, voou, voou, voou, voou

3 comentários:

Anônimo disse...

O Pedro é um caso a parte, baby. Ontem estive com duas crianças, uma de 4 e uma de 3, irmãos, e tentei estabelecer algum método de comparação com o Pedro. Impossível. Sem esse papo de que não se deve comparar as pessoas, pq estamos falando de desenvolvimento de crianças, mas o Pedro dá de dez. Os que eu vi ontem eram tão, tão... ai, como definir? Enfim, o Pedro se expressa de uma maneira absurdamente inteligente e avançada pra idade. Vai ser um geniozinho!

Anônimo disse...

Hahaha, tadinhos dos pinguins!!! Foz é quente mesmo!

Hsuhauahsusaaa!!!

Eu tenho alguns amigos que são bem assim, e o mais curioso, é que eles são de Foz, Medianeira e adjascências... hahahaha!!!

Bjs!

K. disse...

ei, eu tô ficando meio doida aqui em Foz... fazendo compras pra uma família imaginária, viciada em produtos estranhos vendidos nas feiras (a exemplo do leite de palmito), assistindo a testes práticos do Detran toda manhã... esses ares são suspeitos!