quinta-feira, 19 de março de 2009
Crise de Identidade
Assunto besta, mas de muita relevância pessoal: ontem tirei uma pinta do pescoço.
Não, esse post não é sobre câncer de pele. Nem faz campanha pra nada. Apenas não dei a devida atenção ao que ia fazer e quando saí da clínica, me deu um vaziozinho.
A dita cuja se localizava no meu pescoço. Ainda tem outra, um pouco menor, logo abaixo. Se a maior não deixar um quelóide horrendo, a pequena cai fora também. Mas a questão é que essas pintas sempre foram meio marca registrada. Estão lá, em todas as minhas fotos. Eram como ter um nariz meio torto ou usar óculos desde a infância, faziam parte da minha apresentação.
Quantas vezes enroscaram em correntinhas, quantos bebês já retorceram, quantos apelidos os ex-namorados deram! Na praia, sempre um pingo a mais de protetor solar em cada uma.
No corpo todo, são quase duzentas. Não, você não leu errado. D-U-Z-E-N-T-A-S pintinhas. Tive a paciência de contar, a maioria minúscula. Tenho as "bocal de tomada" num braço, as "três marias" no outro. Tem as verruguinhas, as mini-vermelhinhas, as que parecem uma sujeirinha embaixo do mindinho da mão esquerda e do mindinho do pé direito. Enfim, são minhas e gosto delas.
Uns 15 anos atrás tirei uma meio grande e esquisita das costas, qualquer raspada forte descolava a bicha e ela sangrava muito, doía. Hoje é só uma lembrancinha cor-de-rosa.
Mas as do pescoço, essas sempre foram especiais. Porém, pós-gravidez, bem no meio da maior me aparece uma "língua". Como se uma célulazinha tivesse decidido encher uma bexiga de ar, e ela nunca mais esvaziou.
A médica disse que não tinha cara de perigosa (em termos malignos), mas que as chances de machucar aumentariam. Theo também já demonstrou especial interesse por elas, e ele fica MUITO no meu colo. Não é o bebê da amiga que puxa a pinta e eu devolvo, né?(o bebê, não o beliscão). Aí achamos por bem eliminá-la. Marquei, fui lá e tirei. Sem pensar.
Aí... o vazio. Saí da clínica com essa sensação esquisita que uma parte de mim se foi. Assunto besta, como já disse. Mas pensei em tantas pessoas que conheço e que não conheço também que entram na faca pra mudar algo em si e, ao sair da cirurgia, mudaram algo em definitivo. Serão as mesmas pessoas? Claro que a essência permanece, mas se a maioria se transforma, desabrocha, conheço outros que nunca mais se encontraram sem aquele seu pedacinho.
Agora é trocar curativos, esperar a casquinha se formar e cair e decidir se ignoro o fato ou se corro fazer uma nova carteira de identidade.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Ola Uli, como estão as coisas? E o Theo?
Parece que as pintas deram o que falar, né?!?...rsrs
Bjão
Ô Uliiiiiiiiii, kd os posts novos?!?!?...rsrs
Postar um comentário